08 julho 2017

Inverno


O inverno estava chegando e não precisei ver seriado para acreditar. A tempestade chegou antes da estação do tempo mudar. O frio que se fez dentro, o sol de Janeiro não foi capaz de aquecer. Entre sopros quentes que houve em Fevereiro, deu a falsa sensação que a temperatura havia subido e conseguiu arrancar os últimos sorrisos. Quando Março chegou, aqueles arrepios eram dolorido demais para negar; o inverno havia chegado. Aquele frio interno, adoeceu de dentro para fora. Não foi nenhum resfriado ou gripe comum, também não era pneumonia. A dor no corpo e o mal estar, foram suficientes para ficar de cama. Naquele momento, não se tinha diagnostico. Os dias foram se passando, e as noticias na radio diziam que a frente fria era local. A previsão do tempo não parecia ser real, não podia ser; As aulas de climatologia não ensinaram que o clima podia ficar diferente em locais que um dia foram iguais. O gelo que foi criado paralisou primeiro os pensamentos, depois o emocional até chegar no físico. A prescrição medica de fisioterapia não era suficiente para concertar e muito menos salvar o que restava de Abril. Desistir da segurança e do futuro foram outras consequência. Estar completamente entregue aquilo, começou a parecer errado. A percepção real do cenário, só veio após um banho quente em maio. O choque de realidade maior que o de temperatura. Não havia mais resquício de verão ou primavera que anulavam os efeitos daquela nevasca. Enrolada em agasalhos, sai da cama depois que as orações e as sessões de eletroterapia funcionaram. O valor de um sorriso foi descoberto na frente daquele espelho onde ele não era mais simétrico; o valor por poder sentir sabores foi dado no dia em que o gosto das lágrimas e do lanche não foram sentidos, e as dores suspenderam a vontade de terminar de comer; As noites perdidas por insónias deram espaço para o arrependimento depois que o olho esquerdo não fechava mais. A tempestade foi presságio do amor próprio que estava por vir. Houveram noitadas com amigos, muitas ressacas, algumas bocas, viagens; As risadas voltaram e os sorriso foram refeitos anunciando: o trem estava voltando aos trilhos em Junho. Vinte, parecia ser um numero bom de dias, para colocar as coisas no lugar e realizar aquele sonho antigo. O frio finalmente se foi depois que o amor próprio transbordou aquecendo todo meu ser. Isso não se trata da volta por cima; Quem dera fosse. Ainda não. O perdão foi dado para libertação de toda angustia e do gelo que ainda havia sobrado. O alivio foi enorme e todo o frio que se fez dai em diante, era apenas externo. Isso não se trata da volta por cima; Quem dera fosse. Ainda não. Os dias se passaram, e ser forte não é mais escolha. Isso não se trata da volta por cima; Quem dera fosse. Ainda não. Tudo que foi superado, virou aprendizado. Isso não se trata da volta por cima; Quem dera fosse. Ainda não. Se trata do dia em que realmente quis dar a volta por cima, deixando as lembranças gravadas apenas no papel; Já que todo o meu ser agora só quer ter sol.

07 julho 2017

Luto

Nas entrelinhas da confusão
 Que são minhas e também são suas
Nos distingue de quem somos
 E de quem queremos nos tornar

 Os medos e sonhos se cruzam
Nesta estrada que parece ter fim
A luz no fim do túnel não trás felicidade
Além do desespero de parar de caminhar

 Todos infinitos calculados
Se cruzam em linhas de insegurança 
Já rascunhadas desde o principio
Daquilo que vai contra outros

 Do meu amor que transborda
 A gravidade atrai para o seu medo
O biótipo incompatível atrai para o meu
Se arrastando para o nada

 As buscas internas deram espaços
 O tempo se encarregou de mostrar
Aquilo que não se entendi e revela
Que o nosso amor já virou poema